domingo, 24 de fevereiro de 2013

ENTREVISTA: Marcinho Guerreiro

 Caros Palmeirenses,nesse domingo o Portal Palestrino teve a honra de entrevistar o ex-volante do Palmeiras,Marcinho Guerreiro,atualmente jogando na equipe do Ituano/SP. Ele falou sobre a série B,sua passagem pelo Palmeiras e sobre sua carreira. Segue ai o bate bola! 

 1)   Marcinho, reerguer um gigante não é nada fácil. Hoje o Palmeiras esta na série B novamente. Você já cumpriu a missão de reergue-lo , como foi essa experiência?
M: Foi uma experiência nova, eu era um jogador conhecido em Santa Catarina, onde atuava pelo Figueirense, cheguei no Palmeiras e o clube estava numa situação complicada, tinha acabado  de ser rebaixado, pra mim também foi complicado, recém chegado de Floripa, jogando em um clube grande, numa cidade grande e com o assédio da imprensa, mas logo me acostumei. O Palmeiras estava montando um time com jogadores pouco conhecidos, como por exemplo eu, tinha o Vágner Love que havia subido da base, o Edmílson (atacante) também já estava por lá, eram bons nomes, foi uma experiência boa que deu certo.       


2) Hoje o Palmeiras vem passando por uma grande reformulação. Quais as diferenças do Palmeiras de 2003 para o Palmeiras de 2013?  M: Na época ,o Palmeiras era dirigido pelo presidente Mustafá Contursi, ele era bem conhecido, mas a torcida o cobrava por  reforços de nome, e na verdade não foi bem isso o que aconteceu, eu fui contratado, subiram o Vágner Love para o time principal, trouxeram  o Alessandro, que atualmente esta no Corinthians, contrataram o Adãozinho também, o presidente foi muito criticado pela torcida por conta disso. A situação de 2003 é parecida com a de hoje, a diretoria foi responsável pelo rebaixamento, muitas coisas que acontecem no ambiente interno do clube atrapalham tudo. Mustafá e Tirone não estão a altura do Palmeiras, o Palmeiras é um clube grande, com 18 milhões de torcedores, e os dois presidentes não corresponderam a grandeza do clube.   


3) Atualmente, você defende as cores do Ituano/SP, quais são os objetivos do time para a temporada 2013?  
M: A equipe do Ituano é pequena, mas é muito organizada, a cidade é bacana e eu estou muito feliz no clube, nosso principal objetivo é manter o clube na primeira divisão do Paulista e somar 21 pontos rapidamente, depois pensaremos no G8,por enquanto o clube não tem calendário para o resto do ano, se conseguirmos chegar no G8,nos explicaram que nós conseguiremos uma vaga na série D, lutaremos até o fim para isso. O Ituano nos da estrutura e nos paga em dia, seria uma pena se o clube  fechasse as portas o resto da temporada, mas o foco agora é não cair para série A-2.  

4)  Marcinho, você atuou no Santos, time conhecido por revelar grandes nomes do futebol. Como foi trabalhar com essas jovens promessas? e como é enfrentar Neymar?
M: Primeiramente, o Santos é uma grande equipe com uma grande estrutura, joguei lá durante 6 meses, disputei o Campeonato Paulista e a Taça Libertadores, nessa época, Neymar não fazia parte do elenco principal, mas sempre ouvi falar muito bem dele, todos diziam ele iria estourar no futebol, seu salário para um jovem da base era alto, o Santos apostou muito nesse menino, sem dúvida, hoje ele é o melhor jogador do Brasil e tem tudo para ser o melhor do mundo.   Esse negócio de falarem que ele se joga é algo a ser corrigido, e que vem com a maturidade, quando ele for jogar fora do Brasil vai perceber que lá o jogo é rápido e pegado, e que os árbitros não marcam muitas faltas ,ele pode ter dificuldades com isso, mas sem dúvida é um grande jogador, tive a chance de enfrentá-lo 3 vezes e é difícil de parar o menino . No Santos também conheci P.H Ganso, antes de eu assinar o contrato, fui para o Santos tratar uma lesão no Sepras , na época o Filé trabalhava lá, durante esse período conheci o Ganso. Corri no gramado várias vezes com ele , na época ele já apresentava problemas de ligamento no joelho, não lembro exatamente se nessa época ele já tratava o seu segundo problema no joelho, esse problema que ele tem já vem de tempos atrás, o Santos também cuidou muito bem dele. O Santos tem uma estrutura maravilhosa que sempre forma grandes jogadores, como Robinho e Diego, e agora esta formando esses meninos. 

5)  Você jogou em clubes grandes e rivais(Palmeiras ,Santos, Avaí e Figueirense),como foi essa experiência?  
M:Foi uma experiência muito boa, quando eu jogava no Figueirense, o Avaí ainda não era bem estruturado e nunca perdi pra eles, depois eu tive o privilégio de jogar no Avaí, e perdi uma única vez para o Figueirense, dos 5 campeonatos catarinenses que eu disputei, ganhei 2 pelo Figueira e 2 pelo Avaí. Clássico é clássico, sempre entrava com uma motivação maior, como por exemplo, num clássico Palmeiras x Corinthians, sempre dou o melhor pra ganhar. 

6)   Você também atuou por um tempo no futebol da Europa. Como você vê o futebol brasileiro comparado ao europeu?
M: O futebol europeu é realmente diferente, joguei na Ucrânia que é um país afastado, que não se fala muito,mas é um futebol de muita marcação. Também atuei no futebol espanhol, pela equipe do Real Múrcia, time que oscila entre a primeira e a segunda divisão, na primeira divisão o futebol é muito rápido, quando voltei ao Brasil, achei que o futebol daqui estava muito parado, mas na verdade , o sistema de jogo de lá que é muito rápido. Já na segunda divisão o futebol é de muita marcação. 


7) Qual foi o momento mais feliz da sua carreira?
M: Sem dúvida foi no Palmeiras, jogar no Palmeiras era um sonho que graças a Deus se realizou, na época em que atuava pelo Figueirense, eu estava sendo observado pelo Palmeiras, eu tinha um jogo contra o Corinthians, pelo brasileirão de 2002, se eu jogasse bem estaria de malas prontas para ir ao Palmeiras, o Figueira goleou o Corinthians por 4x2 e eu fiz uma partida impecável, e o Palmeiras quis me contratar, o Corinthians também manifestou interesse e o Figueirense quis renovar comigo, chegaram as propostas e o Palmeiras estava na segunda divisão. Me chamaram de maluco quando optei em jogar pelo Palmeiras na série B e não pelo Corinthians na série A. Sou palmeirense, amo esse time e na hora de decidir o coração falou mais alto. O momento mais feliz foi quando voltei com meu time de coração para a primeira divisão. 




8) Você esteve perto de acertar com um gigante Europeu, o Olympique de Marseille,o que aconteceu na negociação?
M:Fiquei uma semana na França, fui apresentado no clube e ainda tenho a camisa que ganhei, fiz exames médicos e até dei entrevistas como jogador do Olympique, um olheiro ligado ao empresário Juan Finger me indicou ,e houve o interesse de me levarem para França. Porém o lado empresarial do futebol melou o negócio, Juan e o presidente do clube conversaram e eu fiquei fora do clube. Depois disso, houve um interesse do Mônaco em me contratar, na época o Ricardo Gomes era o treinador. A negociação não foi fechada porque apresentei problemas nos exames médicos, depois disso eu fui me tratar no Santos. Eu até brinco com a minha esposa dizendo que não era mesmo para eu jogar na França rs.  

9) Como experiente jogador de futebol, você já morou em vários lugares e conheceu culturas novas, como você e a sua família lidaram com isso?
M: Minha esposa é maravilhosa, ela se adaptou rapidamente aos lugares por onde passamos, sempre me deu muita força, principalmente nos últimos tempos, onde passei por Avaí, Goiás, CRB e agora no Ituano, minhas filhas e minha esposa sempre me ajudaram, se elas tivessem dificuldade em me apoiar, seria muito difícil. 


10) Que mensagem você deixa aos torcedores palmeirenses?
M: Torcedor, apoie o time, o Palmeiras é grande e não importa a divisão que ele esteja, quando nós subimos a torcida foi fundamental para que isso acontecesse, por isso, lotem os estádios e ajudem o time a colocar o Palmeiras no seu devido lugar. 




















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